Há autores que escolhem o conforto de casa para escrever, para estar em silêncio e confortáveis, outros preferem os cafés pela agitação, ou bibliotecas para criar rotina, e há quem tenha um espaço apenas dedicado à criação. E as residências artísticas? Já pensou nesta hipótese como lugar de criação?
As residências artísticas são programas pensados para o mundo das artes que oferecem apoio aos artistas para viverem e trabalharem durante algum tempo num espaço diferente e com outros colegas. Em alguns casos, também existem bolsas de criação literária que cobrem despesas de alojamento, alimentação e deslocação, para incentivar mais à criação.
As residências oferecem espaços que promovem a criatividade, permitem a colaboração com outros artistas, como uma comunidade, e até contam com eventos abertos ao público. Além disso, são uma ótima oportunidade para ganhar maior visibilidade no meio.
Residências artísticas para escritores em Portugal:
Os programas de residência literária de Óbidos têm uma duração de duas semanas até dois meses, com espaço para alojamento e criação do projeto com o qual os autores se candidataram. A seleção dos projetos é regida pelo seu interesse «cultural, coerência com o percurso do candidato e exequibilidade do projeto em função do tempo do programa», refere o município.
Na aldeia da Lapa do Lobo, em Nelas, Viseu, a Fundação disponibiliza a estada, espaços de trabalho e ajuda de custo de 20 euros por dia por residência. A residência é destinada a áreas do cinema, dança, fotografia, ilustração, música, pintura e teatro e conta com um espaço de coworking & coliving.
Em Cascais, a Fundação Dom Luís I oferece estadas de dois meses na vila, com um espaço para alojamento e outro de criação. A iniciativa é coordenada pela escritora e crítica literária Filipa Melo, mas as residências funcionam apenas por convite dirigido aos autores.
O objetivo do programa passa pela promoção da escrita de poesia e tem a duração de um mês na Ilha de São Miguel, Açores. A Casa Fernando Pessoa atribui uma comparticipação de 2200 euros.
Por ano, são atribuídas seis bolsas para seis temporadas na residência artística de Tornes, o lugar de inspiração de Eça de Queiroz para escrever A Cidade as Serras. A residência tem a duração de um mês, o autor tem direito a uma causa autónoma na quinta, ajuda de custos como estada e refeições e honorários de 1330 euros.